COMO VAI SER...?


Há dias em que não consegues ver a luz ao fundo do túnel. Tudo é cinzento, cru, sofrido. Há dias em que não te apetece dirigir a palavra a ninguém e rezas para que não te chateiem, que o resto do mundo esqueça que existes. Nestes dias, a névoa negra da solidão abraça-te. Sorves com sofreguidão a lamentação pelo que não tens, não fazes, não és... os outros têm tudo, tu tens nada. O mundo é injusto. Rogas pragas a quem aparentemente é feliz. Porque tu sentes que nunca - mas nunca - vais ser feliz. Não está nos teus genes. Não és merecedor...

Pena que nesses dias, minha Pessoa, só olhes para o chão. Que só queiras alimentar raiva. Que só vejas muralhas a travar-te o caminho. Que só valides o que não és...

Porque... se levantares a cabeça... se a levantares... vais poder ver que a muralha tem limites. É circunscrita, delimitada. O mundo fora dela é livre. Tu és livre. 
(... sai da muralha...)

Se levantares a cabeça, encheres o peito de ar e esvaziares a cabeça das sacanas das crenças que tu própria assumiste para ti, vais poder observar os pormenores deliciosos da Vida e perceber o quanto tens... tens tanto! Tens-te a ti. Tens as pessoas que te querem bem. Tens a Vida a assegurar que as voltas a dar te trazem o que precisas. Tens o Universo a zelar para que resolvas o que te entrava e empata.

Só tens de estar atenta, minha Pessoa. Atenta ao azul celestial do Céu, aos moinhos que pincelam de branco a paisagem, à forma como a Natureza vence sempre o que a contraria - nenhuma muralha é mais forte que a resiliência da árvore que perto dela teima em crescer e florescer.
(...tu és Natureza...)

Larga a muralha. Despede-te dela. Aventura-te. Aceita o medo. Mas vai em frente à mesma.

O pior que pode acontecer? Não ser desta.

O melhor que pode acontecer...? Ser desta. E ser à grande! E ser "para sempre"...

Como vai ser, minha Pessoa? 

Está nas tuas mãos. Compreende. Aceita. E integra...

Sem comentários:

Enviar um comentário