Definir objetivos

Créditos: inbound.PT



Para que serve o Coaching? Para ajudar a alcançar objetivos previamente propostos. Mas ainda antes de "meter as mãos na massa", é preciso definir corretamente esses mesmos objetivos.

O Coaching é uma ferramenta poderosa, mas nunca fará com que ganhe o euromilhões. Se numa primeira sessão comigo me dissesse que o seu principal objetivo é ser multimilionário, de imediato lhe diria que o Coaching pouco ou nada poderá fazer por si. Mas logo de seguida lhe perguntaria o que ganharia interiormente se fosse multimilionário - as conclusões finais iriam surpreende-lo, pois o objetivo nuclear que realmente procura, nada tem a ver com dinheiro!

Conheci alguém que falava constantemente sobre o seu desejo de ter um automóvel pequeno de dois lugares. Pai de dois filhos e com um único veiculo de 5 lugares para tudo - idas para a escola, para o trabalho, para as atividades extracurriculares dos filhos - via um modelo desses a passar na rua e suspirava, via anúncios na televisão sobre o dito e suspirava. Chegou a afirmar que se tivesse um automóvel de dois lugares, seria feliz! Ora, a felicidade não está interligada, não depende, nem se proporcionará na nossa vida através de coisas materiais. Nunca, por mais que insistamos nessa ideia. Perguntando um dia a essa pessoa sobre o que ganharia interiormente se tivesse um automóvel de dois lugares, ela chegou à conclusão que ganharia paz de espirito. Porquê? Porque por algumas horas estaria a pensar só em si - nem que fosse só o tempo de chegar ao seu trabalho. Portanto, qual era realmente o objetivo ambicionado? Tempo para si. Com pequenas mudanças na sua rotina diária, esta pessoa conseguiu ter momentos do dia dedicados apenas a si, não vivendo apenas diariamente em função dos horários dos filhos, do emprego, etc.. E conseguiu a sua desejada paz de espirito. Sem gastar dinheiro no automóvel de dois lugares.

Portanto, na hora de definir objetivos, devemos ter em consideração as seguintes regras:

- serem realistas;

- desafiantes;

- terem um prazo determinado no tempo para a sua concretização.

Definir objetivos respeitando estas regras exige que ponderemos sobre o que realmente queremos alcançar - qual será verdadeiramente o objetivo nuclear - e, acima de tudo, ao estipularmos um prazo para atingir o objetivo a que nos propomos, que assumamos um compromisso connosco.

aceitar ajuda: fácil ou dificil?

Créditos: blinkofamoment.com

Muitos de nós sentem que têm de saber tudo. E de fazer tudo, sem ajuda. Só assim, acreditamos nós, seremos reconhecidos e aceites pelos nossos pares. Não saber tudo é falhar. Não conseguir fazer tudo é ser incompetente. Temos de ser excelentes pessoas, maravilhosos maridos/esposas, irrepreensíveis pais, adoráveis filhos. E o caminho é sempre para a frente, nem pensar em olhar para o lado e refletir sobre a direção que estamos a tomar!
 
Porque todos somos merecedores dos nossos sonhos (todos somos merecedores!), a Vida encarrega-se de nos colocar à prova, para aferir se estamos conscientes de nós, de quem nos rodeia, e do rumo que estamos a escolher para a nossa vida.
 
E lá aparecem os desafios (os problemas, dirão os pessimistas...) para nos testar, uns mais fáceis de resolver, outros sem duvida bem mais complicados e difíceis. E nesta altura, um dos recursos fundamentais que podemos utilizar é a ajuda de terceiros. Opção pacifica? Infelizmente não.
 
Para muitos de nós, e reforçando o que já referi anteriormente aqui, pedir ajuda é assumir o fracasso pessoal; e para alguns tal possibilidade é tão inaceitável que não o conseguimos fazer. E paralisamos. 
 
Quem nos rodeia e nos ama incondicionalmente, com todas as nossas "falhas" e "defeitos", sabe intuitivamente quando não estamos bem e quando é a altura de oferecer ajuda. E de bom grado e coração aberto a oferece, sem cobranças nem julgamentos. Mas aceitá-la pode ser mais difícil do que parece... se aceitamos esta ajuda, estamos a mostrar algo que tanta energia gastamos a esconder; e após tanta energia gasta, vamos agora "deitá-la fora"?!? Depois, temos ainda o embaraço e o sentimento de vergonha - andamos a fingir algo que não somos, que não temos, que não conseguimos... e temos medo dos juízos de valor, das acusações, do despeito... 
 
Quem nos quer bem oferecerá ajuda porque gosta de nós e deseja o nosso melhor. E sabe perfeitamente que não somos super-heróis - nunca fomos, nunca seremos, nem nunca devemos desejar ser - super-heróis só nos livros de banda desenhada e mesmo esses têm companheiros de aventura com quem partilhar desafios!
 
Por isso, concedam-se a permissão de aceitar a ajuda oferecida - vem por bem, com amor e pode mudar vidas - de quem recebe e de quem oferece!

Os degraus da amizade

 
Voltando aos amigos, mas agora com outra interrogação: melhores amigos para quê?
 
Quem não teve a dada altura da sua vida um melhor ou melhor amiga, aquele ou aquela que hierarquicamente estava acima de todos os outros amigos, aquele ou aquela a quem contávamos tudo, mesmo tudo!, a quem confiávamos os segredos mais importantes, com quem falávamos horas a fio, a quem pedíamos para escrutinar aquele rapaz ou rapariga por quem estávamos enamorados...; se o pretendente fosse aprovado, cabia-nos depois a tarefa de desencantar dos confins do nosso ser a coragem para abordarmos o objeto do nosso desejo e perguntar-lhe se gostaria de namorar connosco. Faltando a coragem, mandávamos o escrutinador perguntar por nós.
 
Á medida que fui caminhando para a minha vida adulta, o conceito de melhor amiga ou amigo foi-se esbatendo lentamente. Tantas as fases de crescimento por que passei, tantos os amigos que me acompanharam e contribuíram para esse crescimento, aprendizagem e amadurecimento. Cada um deles, pela personalidade, vivência e experiência de vida, foi importante para mim e me enriqueceu a  vários níveis. Cada um deles a um nível diferente.
 
E até á alguns anos atrás, eu achava que tinha de conviver com todos os amigos de forma igual. Se convidei um para um café, tenho de convidar o outro. Se vou jantar a casa de um, o outro também devia ir, se vou ao cinema, temos de ir todos.
 
Foi-me concedido o privilégio de ter duas mãos cheias de excelentes amigos. Daqueles que são para a vida. E não preciso de aumentar a quota. Preciso é de cuidar bem deles. Porque cada um deles, à sua maneira, contribui para a riqueza da minha vida. Porque cada um deles me ajuda a ser uma pessoa em evolução. Porque preciso das personalidades distintas, das diferentes experiências de vida, das particulares formas de estar na vida, de cada um deles. Com um determinado amigo posso falar livremente dos mistérios do Universo, com outro desabafo sobre as minhas inseguranças enquanto mãe, com outro saio à noite para ouvir música num bar, e com outro ainda tomo longos pequenos-almoços.
 
O tempo que passo com cada um deles é especial e irrepetível. Não dá para "meter todos no mesmo saco". Por isso, hoje em dia não tenho uma hierarquia na amizade. Tenho sim o meu coração repleto de caixinhas onde guardo cada amizade. Todas as caixinhas são diferentes. Mas todas são iguais em tamanho, ou seja, infinitamente gigantescas! Como a amizade que me une a cada uma delas...

amigos para quê?


Começamos a fazer amizades logo na infância. Primos, vizinhos da rua onde morávamos, colegas da creche, escola... Alguns amigos só entram na nossa vida na escola secundária ou universitária, outros quando entramos para o mercado de trabalho. E outros quando já somos pais e os nossos filhos são amigos.
 
Seja como for, ao longo da nossa vida amizades vão entrando e saindo, algumas duram algum tempo, outras esfumam-se rapidamente, e outras são para a vida.
 
Os amigos para a vida fazem parte da Família. Há a família de sangue, há a família dos amigos e há a Família, que abraça as duas. Alguém já disse "os amigos são a família que se escolhe", e o sentido dessa frase é certeiro: ponto de abrigo e de proteção, onde podemos assumir sem medos quem somos porque não há julgamentos ou juízos de valor, apenas amor, carinho e um eterno "querer bem". Já vos aconteceu terem um amigo no vosso pensamento durante uns dias e esse mesmo amigo vos ligar e dizer que vocês andavam no seu pensamento há já alguns dias...? Assim como uma mãe sabe, independentemente da distância que a separa dele, que um filho não está bem, um amigo - daqueles que pertencem à nossa Família - também consegue intuir que um amigo precisa dele. E por vezes basta um telefonema para fazer a diferença...
 
Portanto, amigos para quê? Para sermos completos, equilibrados, felizes!