MENSAGEM PARA O NOVO ANO...

Créditos:www.dicasdaraphinha.com.br

NUNCA IMAGINEI...

Créditos: aindasoudotempo.blogspot.com

... que fosse sentir tanta falta de conduzir. Tenho veiculo próprio desde os meus 20 anos e a independência e autonomia que conduzir alberga não era valorizada por mim, até ficar privada disso...

11 semanas após chegar a Angola, voltei a conduzir. Mas desta vez num carro com mudanças automáticas. E sem conhecer caminhos, estradas e atalhos. E sem dominar a arte de conduzir numa estrada preparada para 3 faixas de rodagem mas filas enormes de veículos formarem 5 e miraculosamente por vezes 6 faixas de rodagem. Uma delas situada no passeio de terra onde pessoas circulam...

Sobrevivi à primeira experiência. E passada a ansiedade e o pânico, senti-me livre! Normal! IUPIII!!!

Tudo isto por carregar em pedais e agarrar um volante... acho que estou a precisar de uma vida...

O GANG DO RIMAPE


A minha primeira aventura na escrita criativa online. O meu primeiro blogue, inspirado nas minhas filhas - na altura da criação do blogue ainda era só mãe a duplicar.

Depois, o tempo escasso, o cansaço das vicissitudes da vida e o achar que o que escrevia até nem era lá muito interessante... foram colocando este "cantinho" parado. 

Mas agora, sendo mãe a triplicar e com tantas ideias para escrever sobre como os miúdos vêem esta família de 5, dei ao blogue uma segunda oportunidade, uma "cara nova" e energia carregada para o voltar a andar.

Espero que gostem, eu vou adorar receber a vossa visita :) 

CONQUISTA A TUA LIBERDADE. TU CONSEGUES!


O MELHOR DE MIM ESTÁ PARA CHEGAR...

Uma amiga enviou-me uma música. Ouviu-a e disse que só se lembrava de mim, por causa da letra da canção.

Ouvir aqui: https://youtu.be/2UDZH_Htpq8

Embora não seja grande fã da artista, de facto a mensagem que a música traz condiz, visceralmente, com o meu estado emocional por estes dias.

É o que dá termos pessoas que nos conhecem e sentem tão bem...


ESCREVER É O MELHOR REMÉDIO, TOMAR SEM RESTRIÇÃO!


O acto de escrever é para mim sinónimo de serenidade, calma e paz. Traz-me sanidade mental nos quadros de elevada ansiedade em que por vezes me encontro. E escrever sobre o que e quem mais gosto é então TOP!

Mas o meu acto de escrever foi sempre solitário. Até agora. Esta nova "casa" que vos apresento será decorada e recheada por mim e pela minha grande amiga que me lançou este desafio. 

O titulo do blogue indicia qual o tema que predominará nos artigos a publicar. Mas não se esgotará nisso... Convido-vos a visitar, partilhar e comentar. Entrem, a casa é vossa!

SER EXTRATERRESTRE É BOM!

Créditos: antologiadevir.wordpress.com

Fazermos a viagem da descoberta de quem realmente somos implica descobrirmos os nossos valores nucleares e vivermos plenamente em conformidade com os mesmos.

Nesta viagem interior vamos dando conta de que precisamos de fazer obrigatoriamente algumas coisas básicas, como por exemplo distanciarmos-nos do que o outro pensa e diz sobre nós. Exercício difícil... pois desde sempre nos regemos pelo que o outro diz: nascemos e absorvemos o que os nossos pais dizem para nós, crescemos e absorvemos o que os professores dizem de nós, os colegas da escola, os amigos, o namorado, a chefia... a aprovação do outro validava a nossa existência. Lembram-se - para quem passou por isso - de se sentirem miseravelmente invisíveis quando na escola eram dos últimos a serem escolhidos pelos vossos pares, para a formação de equipas? Sentiam que não eram suficientemente ágeis, bonitos, atléticos, simpáticos, interessantes, populares...? Sentiam-se diferentes. E isso era sentido como mau.

Mas o que o outro diz e assume sobre nós é apenas a sua verdade. Não a nossa. A nossa verdade cabe a nós descobri-la, aceitá-la e interiorizá-la. Quem somos não implica sermos como os outros. Implica apenas... sermos nós. Em toda a nossa essência. Pura e crua. Mesmo que esta essência seja bem desigual da essência do outro. Mesmo que muitas vezes nos sintamos uns extraterrestres e outras tantas vezes até duvidemos de nós, por o outro lado dizer, pensar, mostrar, agir de forma tão consistente mas tão díspar de nós. Atenção: o outro lado não está errado. O nosso lado também não. Ambos os lados estão apenas em estádios - lá está! - diferentes. Mas ser diferente não é ser certo ou errado. É apenas... Ser.

Abracemos quem somos, aceitemos quem o outro é, e continuemos a nossa viagem de descoberta interior.

Se já concluiu a sua viagem... parabéns! Acredito que a Felicidade andará já também de mão dada consigo. 

Por estes lados, a viagem continua...

TIRAM-SE AS ESFERAS - O QUE FICA?

Créditos: https://www.pinterest.com/MathTeacher21/

Todos nós somos várias coisas e assumimos vários papéis. No meu caso, sou mulher, mãe, esposa, life-coacher, doméstica, cuidadora, amiga, irmã, crafter... cada um destes papéis é uma esfera que, em conjunto com todas as outras esferas, compõe a minha vida. Mas... 

... não definem quem eu sou, nem o meu interior. São apenas pequenas partes de mim que coexistem porque existe uma sociedade instituída e somos animais sociais. 

Quem eu sou não tem esferas nem papéis associados. Trata-se apenas da minha essência, do meu núcleo. Ao longo dos séculos muitos têm tentado definir o que é a essência de uma pessoa, ao mesmo tempo que procuram saber qual é a sua. Ou seja, saberem quem são verdadeiramente.

Este é um exercício extremamente difícil para mim. Ainda não cheguei a uma conclusão palpável. Como saber quem eu sou, qual é a minha essência nua e crua, depois de me despojar de todas as minhas esferas de mãe, esposa, mulher... E o que fica depois desse despojo? Como é a minha "bola verde"?

Estou a procurar. A questionar. A prescrutar. E desconfio que continuarei a fazê-lo por algum (bastante) tempo...

JÁ DISSERAM QUE... #2


A DOR DA SAUDADE

sau·da·de |au| ou |a-u| 
 (latim solitas, -atis, solidão) 
substantivo feminino 
1. Lembrança grata de pessoa ausente ou de alguma coisa de que alguém se vê privado. 
2. Pesar, mágoa que essa privação causa. 
3. [Botânica] Planta dipsacácea. = SUSPIRO 
4. [Botânica] Nome de várias espécies de plantas com flores de cores variadas. 
 "saudade", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, http://www.priberam.pt/dlpo/saudade [consultado em 07-12-2015]

Ouço que com o tempo passa, que fica mais pequena. A dor. 
(Ainda não senti isso)

Que com a distância, tudo se relativiza e as novas experiências amenizam as lembranças do que ficou para trás. 
(Mas eu não deixei nada para trás, tenho tudo no meu coração)

Que com uma nova vida, novas amizades aparecem. E as outras ficam em suspenso porque não há espaço para tudo.
(Há sim, o meu coração é elástico o suficiente)

Lembrança grata... Sim, gratidão é o que sinto por ter conhecido todas as pessoas que fazem parte da minha vida. Mesmo em relação às pessoas que por variadas razões já não fazem parte da minha minha vida, sinto-me grata por elas me terem ajudado a ser quem sou hoje.

Sinto-me grata pela saudade imensa, dolorosa, por vezes (muitas vezes...) exasperante das pessoas que são importantes para mim, mas tão importantes... e a quem nesta altura não posso abraçar, sentir o cheiro, oferecer um café ou o pequeno-almoço.

Com a reconstrução de uma nova vida vem a reconstrução da rede social. Mas eu não estou a reconstruir, porque nada foi destruído. Estou sim a completar a rede, a aumentar a sua dimensão. E grata estou pelas novas pessoas que devagarinho vão entrando na minha vida, porque me têm ajudado a sentir-me normal, a sentir-me inteira.

Sentir a privação é sentir a dor. Está viva no meu coração. Porque simplesmente não posso esquecer. Porque esquecer-me de alguém é esquecer-me de mim.

E agora que chega a quadra natalícia, custa lembrar o que sempre foi. E embora o que este ano será se adivinhe bom pela estreia e pela diferença, ainda assim a saudade aperta. A saudade doí. 
(Porque a privação está aqui a moer...)

Estou em dois mundos: o mundo que tenho actualmente e que estou a abraçar lenta mas firmemente;  e o outro mundo - do que tinha, do que tenho e do que sempre terei, porque está todo aqui, bem apertadinho no meu coração. E não abro mão dele. 
(Não, nunca abrirei mão de vocês!) 

TINHAS RAZÃO, AMIGA!

Areia castanha que o felicíssimo P. orgulhosamente mostra à mãe

Mãe descansa debaixo do baloiço enquanto olha demoradamente para a árvore que lhe traz sombra

"Angola vai fazer-te bem!", dizia uma amiga minha, estava eu ainda em Portugal, a propósito da minha aflitiva preocupação com as mãos sujas dos miúdos, com um pouco de molho de tomate e de gordura da pizza que estavam a devorar. Os mais novos a comer descansados e eu atrás deles com guardanapos de papel a limpar-lhes a mãos de 5 em 5 segundos!

"Angola vai fazer-te bem! Vais deixar de te preocupar com certas coisas e relaxar!" Disse-me ela a sorrir, enquanto me observava a tentar respirar fundo, sem grande sucesso. 

Devolvi-lhe o sorriso.
(És capaz de ter razão. Embora neste momento não o consiga visualizar...)

Agora que vou a caminho do terceiro mês em Luanda, reconheço algumas mudanças em mim. Nas pequenas coisas. Há qualquer coisa nesta terra, com este clima, que faz o tempo andar mais devagar, o stress diminuir e que transforma certas regras antes rígidas e por isso geradoras de conflitos para guias de comportamento com abertura para a flexibilidade e negociação. 

Bem, ainda assim a anarquia não entra em casa. Os miúdos andam limpos à mesma, mas se cai uma nódoa na camisola ou se vira uma gota de sumo no calção, já não vou a correr ao armário buscar uma peça limpa para trocar! A menos que estejamos de saída para um evento VIP, não há necessidade de trocar roupa que, inevitavelmente se irá sujar à mesma com a brincadeira no parque ou com a jogatina de bola no pátio. E mesmo que tenha acabado de calçar as sandálias ao mais novo e 5 minutos depois o vir a correr descalço no pátio, isso já não me irrita e não o obrigo a calçar novamente as sandálias (embora esteja absolutamente proibido de se sentar no sofá da sala sem limpar os pés antes!). 

É que eu sou daquelas pessoas que nem se dão conta que estão em piloto automático em determinadas situações. Quantas vezes fui jantar a casa de amigos próximos, onde as pesadas regras de etiqueta ficam na gaveta pois estamos todos à vontade - se alguém partir um copo de vinho o anfitrião não se chateia - e eu passava o jantar todo a fiscalizar os meus filhos para ver se comiam tudo, se não deitavam comida para o chão, se as mãos estavam limpas, se a boca estava gordurosa, se não partiam um copo, se não falavam com comida na boca... por mais de uma vez fui retirada desse estado quase hipnótico com um "Ó Sónia! Pára lá de controlar os miúdos! Eles portam-se sempre bem, estás a stressar para quê?"
(pois... os miúdos realmente comportam-se bem...)

A forma como a gente desta terra vivencia as amizades e os convívios, a importância que a musica tem na forma como todos se relacionam e o tipo de clima que parece dar mais sabor ao refresco de final de tarde (tenha ele álcool ou não...), tudo isto mexe connosco de forma inexplicável e provoca mudanças interiores positivas. 

Já não me lembro da ultima vez que entrei em piloto automático...