TUDO


Difícil. Contemplar o vazio que se impõe, sem pedir licença, quando te ausentas.

Atroz. Sentir a pele queimar por te desejar. E não te tocar. Não te ter. Não te olhar sequer.

Tortura. Tatear o leito que não te alberga, não te aquece. Não me aquece.

Este leito que é teu por direito. E que clama, gritante, por ti. Que sofre, horrendamente, por não te ter. 

Comigo ao lado. A abraçar. A aquecer. A sentir. O Amor. Pleno. Fluído. Brotante. Que tudo inunda. Tudo limpa. 

E que tudo torna muito, muito... melhor.

SÓ PODE


Que eu perceba sempre como vos amparar.
Que eu saiba sempre como ajudar a curar as vossas dores.
Que eu consiga sempre abrir em pleno as minhas asas para vos resguardar.

Apesar das dúvidas. Das inseguranças. Dos medos inesperados. Das dores escondidas. Dos receios disfarçados...

Apesar de... 

Uma certeza eu tenho guardada em mim: não há perfeição. Apenas um coração transbordante. Um sentido de Vida alinhado. E este Mantra que agora sempre me acompanha: Vai correr tudo bem. 

Porque onde há Amor puro, limpo e fluído... tudo só pode. 

Correr bem...

NATUREZA CRUA E BELA


A Natureza tem uma capacidade extraordinária de nos surpreender. Pela sua Beleza. Pela sua Força. Pela sua Resiliência. Surpreende-nos porque somos parvos. Uns asnos mesmo! Porque desde sempre ela nos mostrou que é indomável. Por mais que tentemos condicioná-la, Ela vai sempre, sempre, encontrar uma forma de levar o curso da Vida, avante.

Devíamos ter já aprendido. Ter já prestado atenção. Ter já percebido que nós somos, também, Natureza. E que, como ela, temos dentro de nós a capacidade inesgotável de nos regenerarmos, reconstruirmos, retrilharmos o caminho a fazer. Em comunhão com. Alinhados. Com a ajuda de.

Mas, na vez disso, enchemos o corpo com químicos. Alheamo-nos de nós, dos outros, da realidade. Queremos Ter em vez de Ser. Queremos ser Outros na vez de celebramos quem Somos. Fingimos Felicidade nas redes sociais em vez de procurarmos senti-la no nosso coração, na nossa pele, na nossa alma. Diariamente.

Queremos uma mesa cheia de pessoas. Mas não nos conectamos com metade delas. Mentimos quando dizemos que gostamos de toda a gente. Na vez de assumirmos que não temos de agradar a todos. Nem de gostar...

A Natureza não mente. É completa, dura e cruamente honesta. Consigo. Nela reside uma doce reciprocidade: obtemos dela Vida. E a Ela devemos também devolver Vida. Através do respeito.

Que também cada um de nós o seja. Honesto. Consigo próprio. Que respeitemos o outro. Mas que exijamos igualmente o respeito. Por nós. E isso, só pelo exemplo...

Que em 2019 fiquem as inseguranças limitadoras, as crenças ilusórias, os medos paralisantes.

E que em 2020 finalmente percebamos que Somos mais do que julgamos, Podemos mais do que assumimos e Temos mais do que pensamos. 

E que é necessário muito, muito pouco, para sentirmos Felicidade. Basta acedermos a um local muito especial: o nosso interior. Onde reside a nossa Luz...

QUERIDO 2019

A ti, meu querido 2019, te agradeço. Os dolorosos recomeços. Os deliciosos novos começos. Os surpreendentes caminhos trilhados do zero. O desapego integrado a ferro e fogo pela saída da minha vida de algumas pessoas. O maravilhoso transbordo de Amor no coração pela entrada de outras.

A ti, meu querido 2019, com a devida reverência te estendo uma vênia. Acompanhaste o meu desabrochar, o meu respirar fundo de novo. Assististe às minhas ferozes lutas interiores e ao apaziguamento que se seguiu. Rezaste comigo quando eu pedi Amor, Paz e Serenidade. Presenciaste quando os Abracei. E não mais larguei. Tiveste Fé em mim, meu querido 2019. Mesmo quando eu duvidei. E fi-lo tantas vezes...

Prestes a cederes o teu lugar. A estenderes o trono a 2020. Bem, se no reinado do teu sucessor se desenrolar apenas metade do que neste teu aconteceu... o próximo ano vai ser, simplesmente, extraordinário.

2020, estou preparada. Vamos lá fazer acontecer. 
O extraordinário.
Juntos...

AMANHÃ...

Eu sei. Minha Pessoa, eu sei. Que muitas vezes apetece-te mandar tudo à m#@rda e desaparecer. 
... eu sei...

Que por vezes só te dá vontade de insultar quem te fala da Luz ao fundo do túnel. Porque tu não a vês. Naquele momento.
... mas ela está lá...

Que as forças falham, as dores crescem e as emoções fogem. Ficas gélida, Minha Pessoa. Inerte. Sem vontade de ver o amanhã.
... mas amanhã será diferente...

Que por momentos, não vês o que e quem tens à tua volta. A guardar-te nas suas Asas, a proteger-te nos seus braços, a abraçar-te com o seu coração.
... nada a temer, ninguém vai embora...

Reitero: eu sei. Minha Pessoa, eu sei...
Mas também sei que a seguir à noite vem o dia. Que a Luz ilumina sempre a escuridão. Que os abraços são inesgotáveis. As palavras livres. As Asas imensas...
Que a beleza de assistir a um pôr-do-sol do cimo de um monte é impagável. Que ouvir o silêncio que nos circunda, acalma a Alma. Que abrir os pulmões para deixar entrar o vento gelado da montanha te limpa o corpo e relembra-te: estás aqui. E, Aqui e Agora, tudo está bem. Tudo, simplesmente, É. 

E amanhã, Minha Pessoa... amanhã tudo será diferente. Tudo menos nisto: a tua mão continuará a estar segura. O Lado Certo continuará a bater onde deve. E o que nos Guia continuará alinhado.

Aqui. Agora. E o resto, por hoje, que se lixe...

NATAL RADICAL

Este Natal vai ser radicalmente diferente de todos os anteriores vividos nesta minha existência por cá. 

Durante anos, não lhe dei grande importância. Dinâmicas familiares complexas e a consequente gestão emocional das mesmas quase sempre inadequada, premiavam, com alguma tristeza vazia, a noite de Natal.

Mas desde o primeiro Natal com a primogénita nos braços... e todos os outros que se seguiram, abrilhantados com os três pedaços do meu coração a vibrar com as luzes da árvore de Natal, a rir, a gargalhar, a comer aletria e leite-creme, a assustarem-se com a presença do Pai-Natal na sala, a desconfiarem que se calhar é o avô que ali está e não o verdadeiro Pai-Natal, a perguntar de 5 em 5 minutos se já é meia-noite, a abrirem sofregadamente as suas prendas... que reconheço a verdadeira essência do Natal e o celebro, com alegria pura, no coração.

Este ano... este ano não vou ter alguém a desconfiar se o Pai-Natal na sala é real. Não vou responder de 5 em 5 minutos que não, ainda não é meia-noite. Não vou empilhar brinquedos e dizer que têm de ir para a cama porque têm tempo de explorar os brinquedos novos no dia seguinte. Este ano não.

Este ano não... 

Mas este ano... o outro Lado Certo que a mim veio ter, vai estar comigo. A segurar-me a mão. A sossegar-me o coração. A limpar-me as lágrimas. A acalmar-me a Alma e a impedir que a tristeza se aloje dentro de mim.

Será um Natal diferente. Ainda estou a perceber como o viver. Ainda estou a integrar que a Dor sentida não me vai engolir... Ainda estou a sentir que me falta um pedaço de mim.

Mas este ano... não vou cair. A mão que a minha segura está mesmo ao meu lado. A sussurar-me: "estou aqui". 

E guardo em mim, de forma indelével e inequívoca, esta certeza: o Universo sabe, sempre, o que faz...

EU. TU. NÓS...

Limpo. Descomplicado. Com todo o desrespeito pelas regras lógicas das relações. Sereno. Intenso. Profundo. Transparente. Imenso. Ansioso. Pelo outro. Sempre. Luz. Abraço. Beijo. Beijo. Beijo. Que acrescenta. Que apoia. Que segura a mão. Lado a lado. Agregador. Deslumbrante. Sensual. Que pede Alma segura. Que se nutre coração num coração transbordante. Que pede pele. Quente. Toque. Corpo. Sempre. Que protege. Que acalma. Que É. Tudo.

Aqui. E Agora. Nada mais do que. 
Eu. Tu. Nós...

O LADO CERTO

Tem sempre vivo dentro de Ti que o Lado Certo das coisas existe.

Tem sempre cravado no teu Coração que Ele sabe. O teu Coração sabe sempre de que Lado o que te acrescenta bate. 

Tem sempre gravado na tua Alma que o Bem está sempre presente. Basta olhares para o Lado Certo das coisas. Apesar das dúvidas, receios e ansiedades. Basta Olhar.

Tem sempre junto a Ti as Pessoas que iluminam o teu Lado Certo. Que o Preenchem. Que o Acarinham. Que o Amam.

Tem sempre a confiança intrínseca e inquestionável de que o Teu Lado Certo chega. Basta. Basta-te. Podes ajudar outros a descobrir o seu. Mas guarda sempre bem o teu. Nunca dele abdiques.

E... pelo Universo que te orienta e a Vida que te rodeia... tem sempre o outro Lado Certo que ao teu encontro veio ter, junto a ti. Mãos dadas. Lado a Lado. 

Sempre. 

Para Sempre...

OBRIGADA...


A Gratidão é um acto de amor. E de muita, muita humildade. Porque pressupõe que eu integrei que sou merecedora. E quase sempre, que lutei para. Ganhei o direito a. Que nada me foi dado de graça. Não há borlas. Apenas nos afectos...

A Gratidão não se pratica frequentemente. Amiúde pensamos que merecemos aquela promoção profissional, ou aquele par de botas estupidamente caros que compramos sem termos orçamento para tal.

Mas não somos Gratos. Não agradecemos estarmos vivos. Termos exactamente o que precisamos - não o que queremos. Sermos amados. Darmos uma valente gargalhada por uma piada inesperadamente louca de um colega de trabalho. Vermos o pôr-do-sol em silêncio. Dormirmos aconchegado a quem se ama. 

As pequenas coisas...

Focamo-nos por defeito no que devia ser. Esquecemo-nos de integrar que o que é, é-o por alguma razão. E que temos responsabilidade inequívoca sobre.

Olhamos para fora. Sempre. Apontamos o dedo. Para o outro. Invejamos as vitórias alheias. Não celebramos as nossas. Evitamos o olhar sobre as nossas vísceras - afinal são elas que nos mostram quem somos e de que calibre somos feitos...

A Gratidão é um acto de leveza. Para connosco e para com a Vida. Significa que aceitamos o que ela nos proporciona e que gravado está no nosso coração: se assim é, assim tem de ser. E assim aprenderei. A fazer-ser-ter melhor...

A Gratidão é um acto de respeito. Nada nem ninguém pode ser tomado por mim por garantido e seguro. Nada. Nunca.

Por isso, agradeço. Muito. As pessoas-luz que iluminam a minha Vida. As dores de crescimento emocional que me tornaram resiliente. Os retrocessos e desvios que me ajudaram a encontrar o trilho certo. Quem entrou e saiu, quem entrou e ficou e quem saiu pensando que podia voltar a entrar - aprendi a desapegar do que não me acrescenta e a serenar com o que me faz sorrir.

Por isso, também... agradeço. Eternamente.
Por existires. Nesta Vida. Neste Universo.
Por existires. Na minha Vida. No meu Universo.
Por Amar. E ser Amada. Com Leveza. E Certeza.

Por isso... por tudo... obrigada. Obrigada. Obrigada...

TONTA ENEBRIADA


Que tonta tu eras. Achavas que se fingisses muito, até tu te convencias de que estavas bem. Tonta.

Achavas que bastava arrancar raízes, enfiá-las em 12 malas, pegar nos teus e mudares-te para outro país, para tudo se encaixar. Grande tonta.

Tentaste criar raízes novas. Fingiste que estavas a conseguir. Para ver se a realidade desejada se concretizava. O único busílis da questão, minha Pessoa, é que não desejavas. Pelo menos aquela determinada realidade. Porque aquela só te abafava, te anulava, te subtraía. Mas insististe durante algum tempo. Sua tonta...

Suspiraste pela Felicidade. Perdeste a esperança muitas vezes. Não vislumbraste a Luz ao fundo do túnel. Encenaste sorrisos, criaste histórias maravilhosas de reencontros e do "agora é que vai ser", representaste emoções. Para ver se sentias alguma coisa. Para ver se sentias o teu pulso. Para ver se estavas viva.

Grande tonta... a Vida não se encena, vive-se. A pulso, com as emoções a queimar a pele e o sangue a transbordar no coração. A Vida vive-se. A Luz ilumina. O Amor não é esforço, é fluidez, serenidade.

Se doer, deixa. É sinal que estás a sentir de verdade. E não a fingir que. E não a ser uma tonta. Que acha que não merece.

Se transbordar, deixa. É sinal de que é inesgotável. Goza-o.

Se for imenso, deixa. Agarra. Abraça. Saboreia-o.

Agora... agora podes ser uma tonta, minha Pessoa, uma grande tonta. Apenas porque estás enebriada. 

Apenas porque, Aqui e Agora, és Feliz...