WHAT'S YOUR GREATEST FEAR, MR. CRUZ?

Estou a estupidificar em frente à televisão às 3 da manhã. Estou a visionar o filme "Coach Carter - Treino para a Vida" que estava para mim a valer a pena só pelo actor principal - Samuel L. Jackson.

Mas a cena em que um dos seus alunos recita parte de um texto de Marianne Williamson faz-me sentir uma privilegiada por estar acordada àquela hora, porque a mensagem desse texto é de tal forma omnipresente e com um potencial transformador tão forte, que não se explica. Apenas se sente. E se permite que se liberte dentro de nós:

Qual é o teu maior medo?

O nosso maior medo não é
sermos inadequados.
O nosso maior medo é
sermos infinitamente poderosos.
É a nossa própria luz, não a nossa
escuridão, que nos amedronta.
Sermos pequenos
não engrandece o mundo.
Não há nada de transcendente
em sermos pequenos,
para que os outros não se
sintam inseguros ao nosso lado.
Todos estamos destinados a brilhar,
como as crianças.
Não apenas alguns de nós,
mas todos.
E, enquanto irradiamos
a nossa admirável luz interior,
inconscientemente estamos a permitir
aos outros fazer o mesmo.
E, quando nos libertarmos
dos nossos próprios medos,
a nossa presença automaticamente
libertará os medos dos outros.

Trecho do Filme "Coach Carter - Treinando para a vida"
Texto original de Marianne Williamson in "Regresso ao Amor", 1992

A SOMBRA DENTRO DE NÓS

Créditos: vivendoatransicao.wordpress.com

Cada um de nós encerra em si medos, rejeições e estereótipos, muitos deles sobre si mesmo. E como somos animais sociais, o desejo de enquadramento sobrepõe-se à devida aceitação de quem nuclearmente somos, se acharmos que quem somos vai contra o que é socialmente aceitável. E por isso reprimimos. Reprimimos quem no âmago somos, o que visceralmente sentimos, o que intrinsecamente pensamos sobre nós e os outros.

Toda a energia imbuída nessas rejeições, medos e repressões não se evapora simplesmente. Ela fica guardada nos recônditos e profundos espaços da nossa mente. E como numa panela de pressão, quanto mais aprisionada e comprimida esta energia estiver, mais força terá quando se manifestar no eu consciente. Esta energia denomina-se, na Psicologia Analítica de Carl Jung, de "Sombra".

Não é possível eliminar a "Sombra". Todos a temos. Todos a temos de ter, já que pessoas sem medo não sobrevivem muito tempo e o enquadramento numa sociedade implica sempre recuar nos nossos impulsos e adequar as nossas acções para que possamos respeitar o outro e a sua liberdade.

Mas quando rejeitamos totalmente esse nosso lado mais escuro, estamos também a impedir que a luz da clareza e da aceitação chegue até ele. Geralmente temos um medo enorme de olhar para dentro de nós e de vermos como realmente somos. Despendemos quantidades massivas de energia a escondermos-nos de nós próprios e muitas vezes preferimos projetar no outro o que rejeitamos em nós.

O segredo está em olharmos para o nosso interior e compreendermos que quem somos não é bom ou mau, é apenas o que somos. Esse "olhar para dentro" faz parte de algo maravilhoso chamado "auto-conhecimento". Difícil de fazer. Dura a vida toda. Mas se só fazendo isso podemos sentir bem na nossa pele e viver uma vida serenamente em paz, então que seja!

HÁ DIAS EM QUE...

Créditos: russianmind.eu

... me sinto a estranha no meio de um grupo, a única a pensar de uma certa forma e a ver a realidade de um prisma totalmente diferente dos restantes.

Tenho muitos dias desses. E não é nas grandes questões. É nas pequenas coisas do mundo.

E às tantas são tantos os dias assim que num determinado momento começo a duvidar de mim própria... 

Fazer parte da "normalidade" ou assumir a "diferença"? O que é mais fácil? O que faz mais sentido? Será que sequer perguntar faz sentido...?

A LEVEZA DAS LÁGRIMAS

Créditos:www.projetoalchimac.org

Lágrimas. Muitas vezes vistas na nossa sociedade como sinal de fraqueza. Como sinal de que não aguentamos a pressão. Como prova de que não temos o que é preciso para lidar com os desafios da vida.

"O homem não chora", "A criança que está sempre a chorar tem mimo a mais ou é birrenta", "A mulher de lágrima fácil é frágil". Soam familiares estas frases? Já alguma vez foram dirigidas a ti ou a alguém que conheces?

Pois... 

Cresci a vivenciar estas "verdades". Mas agora, já adulta e a meio do caminho para completar a minha 41ª volta ao sol, comprovo que a lágrima e o acto de chorar são na realidade algo bem diferente do que me fizeram acreditar antes: chorar lava a alma e alivia o peso nos ombros que muitas vezes sentimos! E permitirmo-nos chorar à frente do outro mostra a nossa vulnerabilidade que, ao mesmo tempo, é a nossa força (falo disso aqui).

Chorar derruba os muros invisíveis que erguemos para nos isolarmos do resto de mundo, amacia a nossa raiva, sensibiliza-nos para a dor do outro, clareia e limpa os buracos negros que muitas vezes nos atormentam. 

Chorar permite-nos sentir as emoções, sentirmo-nos vivos.
(quando muitas vezes queremos sentir nada...)

E se nos permitirmos sentir, as lágrimas serão mais frequentemente de alegria, de sentido de missão cumprida, de felicidade. 

Chorar pode muito bem ser uma excelente forma de começar o nosso dia...

ÁS VEZES É PRECISO ESTUPIDIFICAR

Passei 2 anos e meio sozinha, a cuidar de três crianças a tempo inteiro. Cuidei da minha mãe doente durante meses. Assisti ao seu funeral. Destralhei duas casas em mês e meio: a da minha mãe e a minha. Preparei 16 malas para viajar. Mudei-me para outro país. Estive 5 meses numa casa a ser professora, monitora de ATL e mãe 7 dias por semana, 24 horas por dia.

Estou cansada. Não... estou exausta! Muitas horas de preocupações, muitos dias a sentir-me assoberbada, muitos meses a tentar aguentar-me "à tona". Estou exausta...

Agora que a criançada já iniciou a sua rotina da escola e eu posso estar só comigo e os meus pensamentos por umas horas durante o dia, a única coisa que me apetece fazer é não pensar. Em rigorosamente nada! Apetece-me apenas sentar-me em frente ao televisor durante o dia e ver todas as séries de televisão ranhosas, todas as novelas vazias de conteúdo e todas as parvoíces que passam no noticiário já processadas e devidamente mastigadas. Para não custar a engolir. Para não pensar sobre.

E por vezes, à noite, fico em frente ao televisor até altas horas, completamente sem sono. Adoro! Porque gozo o silêncio da casa e da minha cabeça; porque a essa hora ninguém está a chamar-me para ajudar a apertar a sapatilha ou vestir a camisola; porque ninguém está a exigir a minha atenção ou a cobrar-me tarefas. Sou só eu, a escuridão da sala e a luz da televisão. 

Por estes dias apetece-me não pensar. Apetece-me estupidificar. Para ver se o meu cérebro faz reset e se recarrega novamente. Sem culpas, sem remorsos. Só estupidificar. Só isso...

É PRECISO IR EMBORA...

Nada é por acaso, por mais que queiramos desacreditar este facto. E numa altura em que tomo consciência de que preciso de baixar as resistências e usufruir ao máximo da terra onde estou actualmente, este texto do site Já Foste vem parar-me às mãos...




A VULNERABILIDADE TORNA-NOS MAIS FORTES

Créditos:markmanson.net

Nunca vou esquecer uma troca de emails entre mim e outros pais do Grupo de Desenvolvimento Parental em que participei em 2014, o Grupo de Pais (mais informação aqui), a propósito da organização de um fim de semana de campismo, em que a ideia era basicamente levar um grupo de adultos e respectiva prole a acampar num fim de semana e trocar experiências sobre a parentalidade vivida por cada um. 

Nessa altura eu ainda estava a viver em Portugal sozinha com os meus três filhos. E à medida que se iam trocando emails sobre o numero de itens a levar para o campismo, a comida a comprar, as horas a combinar para iniciar a viagem, etc., ia crescendo dentro de mim um imenso pânico. Pânico daqueles que paralisa, que mete tanto medo, mas tanto medo... que só nos apetece fugir dali sem olhar para trás.

Lia um email e ficava sem ar. Lia outro email e começava a imaginar que desculpas esfarrapadas mas convincentes poderia dar ao Grupo para não embarcar naquela viagem. Lia outro email e pensava que estava a ser uma histérica porque aquela viagem ia ser divertida para os miúdos e também para mim.

Mas o pânico não arredava pé...

É que à mais de 15 anos que eu não fazia campismo. Sabia lá eu agora montar uma tenda! E nunca tinha ido acampar com os miúdos. Sentia, naquela altura, um medo enorme de não conseguir tomar conta das crianças num ambiente radicalmente diferente do que estão habituados (crianças de cidade...), de não me sentir confortável com os outros pais, de me faltarem as forças, de não ser uma boa companhia...

Já estava pronta para enviar um email com uma qualquer justificação mal-amanhada para me escapulir desta situação que tanto me estava a assustar e que não estava a saber gerir. Mas eis que...

... o meu coração - sei lá como! - manda o meu cérebro sair daquele "ciclone" e parar de pensar! Respiro fundo. Lembro-me do âmbito do Grupo de Pais. Vejo as caras daqueles adultos que, tal como eu e juntamente comigo, partilharam angustias, ansiedades, duvidas, experiências caricatas e lições de vida. 

Relaxo. Respiro fundo. E peço ajuda a todos eles. Confesso-lhes as minhas angustias, assumo perante eles o meu pânico e digo-lhes que me estou a sentir terrivelmente desorientada. Peço-lhes o seu apoio. No fundo, peço-lhes que me carreguem no colo. 

Imediatamente após carregar no "Send" do correio electrónico, penso: "Mas que raio acabei eu de fazer?! Vão achar que sou totalmente maluquinha e uma histérica de todo o tamanho! Acabei de me expor totalmente a estas pessoas, acabei de me colocar numa posição totalmente vulnerável..."

Estupidamente, estava com medo de receber frases trocistas ou falsamente encorajadoras. Mas o que recebi de volta foi amor, compreensão e uma rede de apoio disponível para me ajudar naquele e em todos os momentos.

A dificuldade que muitos de nós experienciam no momento de expor as suas fraquezas e mostrar a sua vulnerabilidade advém do medo visceral de serem magoados. De se aproveitarem de nós. De nos acharem fracos e dispensáveis. De não sermos amados.

Mas a Vida, com todas as pessoas maravilhosas que dela fazem parte, tem-me ensinado que a minha vulnerabilidade só me tem tornado mais forte. A partir do momento em que eu assumo perante mim e os outros que sinto medo, que estou assustada e que preciso de ajuda, eu recebo sempre compreensão, apoio, amor e ajuda. E crescimento pessoal.

Porque ninguém é perfeito e todos temos as nossas vulnerabilidades. Mas é isso que nos torna mais próximos da perfeição...

A DESPENSA ESTÁ MAIS RECHEADA!


aqui falei sobre o que os livros representam para mim: são um verdadeiro alimento para a alma. E com mais dois por compra recomendada e um oferecido, tenho mais instrumentos e recursos ao meu dispor para continuar a evoluir mental e emocionalmente. Porque os livros - estes livros - servem para isso mesmo. 

Há que estar preparado para os ler.

Há que estar preparado para os "insights" que podem trazer.

Há que ter a coragem de enfrentar e gerir os "dar-se conta" que podem oferecer.

Acima de tudo, há que saber que se lhes dedicarmos a atenção que merecem, estaremos a colocar o nosso "Eu" no lugar que lhe pertence por direito: em primeiro.

(e isso é fácil de fazer...? Não. Mas absolutamente essencial...)

ESTOU FORA DO PRAZO?


Qual é o timing pré-definido para se poder sentir saudades e desterrado quando se vai viver para outro país? E a partir de quando se deve parecer sentir, quando já se está a viver nesse outro país, que nunca de cá se saiu e a integração é total?

Alguém por favor que me informe porque pelos vistos eu não li o memorando e estou a falhar prazos!