DEVAGARINHO...


Com o tempo aprendi a gostar de mim. Devagarinho, lentamente, fui-me aceitando. Devagarinho, lentamente, fui largando o dogma da perfeição. Devagarinho e muito lentamente, fui compreendendo que a beleza, a real, é invisível ao olhar. Nao tem medidas definidas, não veste marcas xpto e não se pronuncia com maquilhagem.

Com o tempo aprendi a adorar partes do meu corpo. E a salientá-las sempre que possível, para meu gáudio individual. Os ombros são uma delas. Adoro vê-los a descoberto. Sinto-me especialmente sexy com uma blusa ou top que os mostre.

E porventura isto pode parecer insignificante ou fútil para alguém. Talvez porque para esse alguém, amor próprio é algo ainda não por si experienciado...

Olharmo-nos ao espelho e gostarmos do que vemos é muito bom. Olharmo-nos ao espelho e dizermos à pessoa nele refletida que nos sentimos bem na sua pele, que ela é bonita tal como é, que não mudariamos rigorosamente nada, nem um centimetro do seu corpo... é do melhor que há. Porque significa que nos bastamos. Que nos aceitamos. Que nos amamos.

E quem chegar à nossa vida, virá sempre para acrescentar. Nunca para completar. Porque inteiros nós sempre fomos. E se disso temos plena consciência, então tudo fica alinhado. Para sermos felizes. 

Pode demorar algum tempo. Para nos amarmos. Mal nenhum nisso, basta apenas querer. 

Devagarinho... lentamente... chegamos lá.

O QUE FAZ SENTIDO


Créditos: Pinterest

Publiquei esta foto no meu Facebook e Instagram no dia 1 de Março de 2019. Nessa altura sentia-me inquieta, desanimada, cansada. Inquieta por não estar emocionalmente estável, desanimada porque visualizar-me como um hamster na roda, sempre a correr e nunca chegar a lado algum, cansada de justificar as minhas escolhas, as minhas decisões, a minha vida aos outros.

Questionava-me se tinha mesmo de ser assim tão difícil. O recomeço. Se era assim tão escandalosamente fora da caixa eu desejar ser feliz. Depois do divórcio e três filhos ao meu cuidado. Se era realmente válida e concretizável a minha lista. De tudo o que o meu homem de sonho teria de ser...

Apesar de me ter sido dito para esperar apenas homens com fobia do compromisso por eu já ter "bagagem", eu não retirei nem um item à minha lista.

Apesar de me ter sido dito que já tinha uma "certa" idade e portanto viver um amor apaixonante, louco e puro era coisa para adolescentes, eu nunca abdiquei do sonho de conhecer alguém que, só com o olhar, me tirasse o fôlego.

Apesar de me ter sido insinuado que eu era demasiado exigente com a Vida e tinha expectativas demasiado altas em relação à Felicidade, eu mantive-me irredutível. Em relação ao Ser. Ao quanto o merecia. Quanto à forma como queria ser tratada. E amada. Ao que queria da Vida. E a ela devolver.

Estava disposta a ficar sozinha. Antes sozinha que mal amada. Tinha já na altura uma fé tal no Universo e no que Ele tinha destinado para mim que, apesar da inquietude, desânimo e cansaço... eu, em momento algum, iria diminuir-me por alguém. Aceitar menos do que merecia, por alguém. Quebrar a minha integridade emocional e mental, por alguém.

Ainda assim bati com a cabeça na parede. Porque para perceber realmente o quanto estava certa, tive de errar algumas vezes. 

Mas dias depois de escrever isto, conheço uma pessoa. A Pessoa. A pessoa que é, só, o Amor da minha Vida. Só...

Por não ter abdicado de mim, tenho tudo. Por nunca ter aceitado menos do que merecia, tenho tudo. Por ter pedido sempre com todas as minhas forças, apesar dos dias menos bons, das dúvidas, insinuações e criticas, pelo meu homem de sonho... tenho tudo.

Quando nos colocamos em primeiro lugar... quando acreditamos visceralmente que merecemos ser felizes... e quando percebemos que partilhar a nossa Vida com alguém será sempre uma escolha diária, e não uma necessidade... quando tudo isso se conjuga... o maravilhoso acontece. Inesperadamente.

E quanto ao que não faz sentido agora... calma. Acredita. Tudo tem o seu tempo para acontecer. O seu momento para se revelar. 

E quando menos esperares... plim!

Q.I. EMOCIONAL


Em 1998, o psicólogo norte-americano Daniel Goleman referiu-se à inteligência emocional como a capacidade de identificar os nossos próprios sentimentos e os dos outros, de nos motivarmos e de gerir bem as emoções dentro de nós e nos nossos relacionamentos. A pessoa, por conseguinte, é inteligente (hábil), para gerir os sentimentos. 

Considera-se actualmente que a inteligência emocional é muito mais importante que a inteligência intelectual, na determinação do grau de sucesso na vida pessoal e profissional.

Infelizmente, muita boa gente ainda não integrou isto. Nem está para aí alinhada. Estudaram, têm o "canudo", mas sabem muito pouco. Da Vida. Têm bons empregos, salários interessantes,  mas querem sempre mais. O quê, não conseguem identificar. Gostam de se rodear de um círculo social grande. Mas não confiam em quase ninguém. As relações de amizade são quase sempre superficiais. Não dedicam muito tempo a compreender o outro. E quando o fazem, existe sempre um interesse pouco altruísta a mover essa acção.

Pessoas com quoficientes de inteligência emocional baixos carecem de empatia (capacidade cognitiva de sentir o que o outro está a experienciar), desfocam-se frequentemente das suas emoções e dedicam tempo a apontar responsáveis pelas dificuldades sentidas na sua vida: a culpa é sempre do outro, não sua - desresponsabilização total pelas suas acções e assunção do papel de vitimas.

Estas pessoas têm tudo para ser felizes. Mas porque não desenvolvem este quoficiente emocional, vivem permanentemente insatisfeitas. E quem com elas convive de perto, também. 

No que a mim diz respeito, iniciei há já algum tempo um trabalho de limpeza brutal. Não pretendo ter  por perto pessoas que não me querem bem ou que não me acrescentam. Energeticamente consigo identificá-las, quase instantaneamente.

A Vida é muito curta, muito curta mesmo... Cada um de nós tem o seu próprio processo evolutivo. Pelo qual é inteiramente responsável. E se nos dedicarmos a esse processo, ou seja, se nos dedicarmos a nós... o retorno é enorme. E transborda maravilhosamente para todas as áreas da nossa vida. 

Só é preciso acordar... levantar... e dar o primeiro passo. Para ser Pleno...

LIBERDADE...

Ser livre, ser verdadeiramente livre alberga visceralmente o desapego. O largar. A tentação de dominar o outro. A pulsão de controlar passos, actos, a sua vida. 

E, se tudo acaba, ser livre significa igualmente abrir mão. Do que foi. Do que queriamos que tivesse sido. E, essencialmente, da profunda frustação. Do outro não ter correspondido às expectativas por nós criadas. De que o outro era exclusiva e inteiramente, o responsável pela nossa felicidade...

Enquanto estivermos a olhar para trás... para o que o outro nos fez, para o que o outro não foi capaz de fazer, para o que queriamos que tivesse feito, estamos enredados, presos nele. Estamos a entregar-lhe o nosso poder intrinseco. De decidirmos a nossa vida, as nossas emoções, o nosso pensamento. 

Enquanto estivermos a apontar o dedo ao outro... não olhamos para dentro. Para o que nós fizemos, não fizemos, para o que podiamos ou deviamos ter feito. Boicotamo-nos e não olhamos em frente. Não melhoramos. Não fazemos diferente. Não fazemos melhor. Estagnamos. Não avançamos...

Enquanto estivermos focados no outro que já cá não está... barramos o acesso às maravilhosas oportunidades que a Vida e o Universo têm preparadas pra nós. Enquanto nos focamos na infelicidade que o outro nos trouxe, deixamos a porta fechada à Felicidade. E a quem com ela pode vir junto.

Enquanto estivermos focados em quem não nos amou, descuramos o amor próprio - o primeiro e último Amor que devemos cultivar.

Porque para conseguir amar alguém e permitir por ela ser amada, primeiro temos de nos amar. Profunda, visceral e apaixonadamente. E esse amarmo-nos pressupõe protegermo-nos, salvaguardarmos-nos. Não permitir que emoções negativas nos dominem os dias. Centrarmo-nos em nós e no caminho que queremos trilhar. Confiarmos. E olharmos em frente. Sem medo. O que não foi é porque não tinha de ser. O que queremos que seja, um dia virá. Quando estivermos preparados. E quando menos esperarmos.

E esta certeza dogmática pode ser cravada na alma: quando queremos muito, mas mesmo muito algo, tudo conspira a favor. Eu sou a prova viva disso. Nada é impossivel. Tudo pode acontecer. 
Acredita...