Tenho-te descurado, meu amor. Tenho colocado em ti uma carga que não tens de suportar. Perdoa-me.
Sei que és forte. Mais do que Hércules. Sei que és imenso. Mais do que o Universo. Sei que brilhas. Mais do que o Sol.
No entanto, és frágil. Precisas de amparo. Pedes, de quando em vez, que te abrace e envolva no meu colo. Que te proteja.
Não o tenho feito. Perdoa-me.
Meu coração, coração meu... bates-me com uma violência furiosamente deliciosa. Vibras-me numa frequência loucamente magnânima. Orientas-me numa certeza absolutamente transcendente.
No entanto, descuro-te. Deixo-te a aguentar tudo... sozinho. Escondo-te... do Sentir. Enfio-te numa gaveta... para não me recordares que estou a desviar-me, a desalinhar-me, a afastar-me de quem Sou. Perdoa-me.
Neste caminho solitário de permitir, finalmente, que a minha Essência brilhe, seja Plena e se baste, atropelo-te.
A estrada é acidentada. As pedras a barrar o percurso muitas. Ainda assim, o que tem sempre de estar seguro, és Tu. As minhas mãos têm sempre de te segurar. O meu peito tem sempre de estar aberto, fluído e sereno, para que cumpras o teu propósito: Bater. Pulsar. Sentir. Enebriar. Tudo.
Prometo proteger-te. Aqui. E sempre. Prometo...
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