Vista a partir do Miradouro da Lua, Angola
Há dias em que acordamos cansados. O corpo recusa-se a carregar energias, a mente vagueia, os olhos cobiçam o sofá.
Há dias em que apetece fazer nada. E que só o pensar no nada cansa.
Há dias em que, se fosse possível, acordávamos logo no dia a seguir, para ver se acordávamos melhor.
Há dias... em que nos sentimos muito pequenos, quase invisíveis. E tudo parece extremamente difícil, demasiado exigente, impossível.
Quando vi a paisagem que o Miradouro da Lua oferece, senti-me bem pequenina. A beleza da natureza, a pureza do agreste, a força da vasta extensão de terra, quase que nos engolem. Aquilo que estava a ver era o básico de tudo, a essência da vida. "Somos nada diante disto", pensei eu.
Mas... naquela paisagem... eu estou lá. Eu faço parte dela, integro-a. Bem como a beleza, a pureza e a força. Eu também sou isto. Eu também faço parte da essência da vida.
Mais do que renegar os momentos em que nos sentimos menos bem, podemos aceitá-los como parte de nós. O branco só aparece no preto, o ying aparece pelo yang, a sombra só se vê pela luz. Todos temos os nossos momentos altos. E os nossos momentos baixos.
Mas o dia está aí pronto para nos oferecer novas energias. E abrir a porta da janela para deixar entrar o Sol aquece-nos o coração. E falar com aquela pessoa especial ilumina o dia.
Quando nos dermos conta, o dia que se avizinhava interminavelmente chato, renova-se, energizante e repleto de coisas boas.
Num instante, tudo se altera. Basta mudar a nossa perspectiva. Basta saber que somos grandes, como a Natureza. E o dia transforma-se.
Há dias em que... é apenas isto que é preciso...
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