Angola encerra em si muitos contrastes. Para poder amar Angola, tem de se amar as contradições, os extremos, a beleza natural e desnorteante das paisagens e o caos das cidades centrais.
A realidade que melhor vou conhecendo é Luanda. A cidade fervilha com novas construções de prédios, centros comerciais, centros de lazer, empresas; a arquitetura dominante é atual mas pincelada de cores vibrantes, como só num país africano pode haver.
No entanto, vamos passando na rua e há uma cor que domina toda a paisagem: o castanho barro, ocre, seco, da terra angolana. Os cartazes depressa são apagados por um manto de pó castanho, os jardins são tomados de assalto por esta terra, os passeios que antes eram cinzentos do cimento passam a ser desta cor que domina, manda, que é a imperadora de todo este território. É a terra do cheiro que fica na memória de todos os que já cá estiveram. A minha mãe, nascida em Luanda e que cá viveu até aos 8 anos, confessava que uma das suas memórias mais fortes era do cheiro da terra. Tendo partido tão pequena e após tanto tempo, ainda se lembrava do cheiro da terra. Com saudade...
A terra de Angola tem uma cor hipnotizante. Como só as terras férteis e ainda intocáveis podem ter...
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