A fotografia acima regista a primeira refeição que a minha filha mais velha confeccionou inteiramente sozinha. O que tem esse feito a ver com empatia...?
Ela diz-me um dia que gostava de ser ela a cozinhar o almoço. Sem ajuda. Boa! - penso eu - já está na hora de começar a fazer experiências, no sentido de ser autónoma.
Sugiro-lhe que cozinhe algo simples e rápido. Ovos mexidos com salsichas acompanhados de uma salada de tomate e requeijão e batatas fritas, opina ela. Sim senhora, estou a gostar da atitude da rapariga.
- Então começa lá a fazer isso que eu vou adiantar umas coisas no escritório.
- Mas mãe, vais-me deixar aqui na cozinha sozinha?!
- Então! Não é para fazeres tu o almoço? Se eu estiver aqui é para fazer eu...?
- Não, eu vou fazer tudo sozinha! Mas tens de me explicar como ligo o fogão e a que temperatura deve estar a frigideira. E quantos ovos faço? Nunca fiz ovos mexidos! E as salsichas fritam-se inteiras, aos bocados ou abertas ao meio?
- ... pois... tens razão, há umas coisas básicas que tenho de te explicar antes.
Pois, ela tem razão. Eu esqueci-me que para ela tudo era novo e desconhecido. Eu esqueci-me que quando eu me aventurei pela primeira vez na cozinha, também nada sabia sobre temperaturas de frigideiras e ligar o fogão, ou como cortar uma cebola. Eu esqueci-me de me colocar no seu lugar, de ver a experiência pelos olhos dela. Esqueci-me de ser empática.
A empatia é uma qualidade que se aprende e se treina. Infelizmente não é inata, porque se assim fosse muito dificilmente haveria bullying - o agressor sentiria a dor e a humilhação da vitima. E não o repetiria.
Mas não sendo inata, pode - e deve - ser treinada. Basta pensar numa pequena frase: "e se fosse eu nesta situação?" E só depois agir. Experimentem...
P.S.: os ovos mexidos estavam simplesmente perfeitos!
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