Que suportam o peso do corpo. Que ligam à terra. Que transmitem sensações. Que aguentam caminhadas extensas. Que equilibram.
Estão na base. Subvalorizo-os. Digo que não gosto deles. No entanto, sem eles, não sentiria a areia molhada, o chão frio, a relva sedosa, a suavidade do tapete.
Equilibram-me. Sustentam-me. Já aguentaram o peso de 3 gravidezes. Já os torturei com calçado apertado, botas pesadas, saltos altos. Não lhes dei a devida atenção durante muito tempo. Mas nunca me falharam, cumpriram sempre a sua função.
Agora, faço as pazes. Comigo, essencialmente. Porque projetei neles a minha baixa auto-estima, a minha falta de confiança, o não gostar de mim, o não me aceitar, o achar que não era suficiente...
Agora, peço-lhes perdão. Dou-lhes atenção. Trato deles com carinho. Embelezo-os.
Porque agora, eu perdoei-me. Eu gosto de mim. Eu gosto do corpo que tenho. Eu aceito-me. Eu integro-me. Eu sinto-me inteira. Eu Sou Inteira.
E isso é tudo. E basta...
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