Sufoca. Sufoca ao ponto de esquecer de respirar. Dói.
Mói. Dilacera quase.
É suposto...? Provavelmente sim. Porque apesar de me
envolver numa nuvem densa em que deixo de ver um palmo à frente, apesar de me
fazer sentir no meio de um tornado onde o pensamento não dá tréguas, onde a
frustação ganha espaço, onde a tristeza arranja morada... eu sinto-me viva. Eu
sei que é - também por tudo isto - real. À séria. Mais profundo do que alguma
vez julguei poder ser.
Gerir a falta do outro não é para meninos. Não quando o
desejo de estar com, sempre, para sempre, é visceral. Emana de todos os poros.
Clama e reclama. Todos os dias, minutos, nanosegundos...
E não quero que abrande. Que deixe de ser assim.
Visceral. Umbilical. Quero este desespero da pele a reclamar pele, esta
frustação de não me perder no olhar do outro, esta tristeza por não ver,
abraçar, sentir...
Porque quando finalmente sinto, abraço, me perco no
olhar, acalmo a pele... tudo volta ao seu lugar. Encaixa. Fica. Bem.
Seguindo o seu curso.
Natural...
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