CORES NA ESCURIDÃO


E de repente, o tapete sai-me dos pés. Fico atordoada com a queda. Demoro a perceber o que me aconteceu. E a aceitar que a rasteira foi auto-infligida. 
A luz desaparece. O fosso abre-se. E quando me dou conta, já estou embalada. Na teia da ansiedade paralisante. Envolta. Pela escuridão.
Como olhar para cima? Onde resgatar forças para sair, da inebriante mas sufocante, nuvem negra...?

Acreditando. Com todas as forças. Em mim. E pedindo. A quem comigo partilha o Lado Certo. Que me segure a mão. 

Porque por vezes a única coisa a fazer é acreditar. Acreditar sem ter provas, ver sem qualquer luz, sentir apesar do vazio. Às vezes é preciso acreditar muito, mesmo muito e só, de que tudo vai passar. E que as trevas não durarão.

E de mansinho, o chão volta a aconchegar-me os pés. As cores voltam a chamar. Tudo serena. E o auto-perdão chega. Apesar de desnecessário. Porque a perfeição não existe. E a Luz que vem, depois da escuridão me deixar, valida o que já devia ser uma certeza inquestionável: Sou. Tenho. E Vou.
Conseguir.
Tudo...

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