12 VOLTAS


Quando a minha primeira filha nasceu, sabia zero do que era ser pessoa inteira. Ainda estava a construir-me (ainda estou...).

Quando ainda era mãe de primeira viagem, dominava népia do que era ser progenitora. Ainda andava a consolidar que me era permitido falhar, não ser a mãe perfeita (ainda ando...).

Ainda assim, desejei ferozmente. O meu coração clamava. O meu corpo gritava. Por ser novamente mãe. E à 12 anos atrás, colocam-me nos braços esta menina. Doce, calma, e serena. Ela. Eu... aterrorizada. Caramba, que responsabilidade, pensava eu. Que irresponsabilidade, passou-me pela cabeça. Queria tanto ser a melhor mãe do mundo para ela e para a irmã, queria tanto dar-lhes tudo de mim, queria tanto fazer tudo bem...

12 anos depois, tenho a certeza que fiz muita coisa mal. Mas outras tantas muito bem. E 12 anos depois, sei que sou a mãe que ela precisa que eu seja. Para ela. E para mim.

E hoje, 12 anos volvidos, sou mãe de uma miúda carismática, divertida e com uma auto-confiança brutal. 

Afinal... aqui a mãe até que se tem safado...

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