RESISTIR, RESISTIR, RESISTIR...

Está difícil como tudo. Resistir. Ao baixar os braços. Ao ceder à escuridão. Ao desistir (mais uma vez...) de mim.
Sinto-me sozinha. No péssimo sentido. Rodeada de pessoas e no entanto... sozinha. 

Os mantras e frases ligadas ao desenvolvimento pessoal e espiritual passam sempre a mensagem que o que te acontece é o que tem de te acontecer. E se te acontece, é porque alguma aprendizagem é necessária retirar daí. Concordo - acredito! - em absoluto. Mas f@#-se!, em certas alturas apetece é mandar esses mantras e afins para o raio que os parta!!! Está difícil, caneco! Está difícil. Como tudo...

Aguardo pelo momento em que vou novamente ser como esta flor. Linda, colorida, estóica, ainda que no meio das pedras e chão duro. Porque é onde me sinto. Enfiada nas pedras e chão duro. Presa. E encolhida...

Lá chegarei. Ao colorido e estóico. Assim que a força novamente jorrar. Assim que eu a for (novamente) resgatar. Às minhas profundezas. À minha Luz. Que entretanto retirarei da Sombra. 
Como sempre faço... 

Como sempre. E é a isso que me agarro... a esse...
Como sempre...

13...


Tu, catalizadora das mudanças viscerais.
Tu, furacão de força e foco. 
Tu, que mostras sempre o espelho. Do que muitas vezes não queremos ver.
Tu, que vives sempre intensamente a Vida.
Tu, que pertences ao meu núcleo muito restrito. De pessoas favoritas. 
Tu, que ainda só completas hoje 13 Voltas ao Sol.
Tu, minha filha Diva. 
Tu, minha Marta... 
Parabéns... 

VEJO E HONRO-TE...

Ontem completaram-se 11 anos do falecimento do meu pai.
Houve anos em que este dia, 16 de Outubro, não ocupou espaço na minha memória. Houve anos em que rejeitei sentir emoção alguma, com o medo cobarde da dor.
Agora... Assinalo no coração este dia. Como o dia em que partiu deste mundo físico. Apenas. Porque a cada ano que passa, me permito compreendê-lo mais um pouco. Me permito perdoar. Me permito curar as minhas dores. E com isso curar, também, em parte, as suas.
Sinto-o. Sei que olha por mim. E pelos netos. Adora-os a todos. Aos que conheceu e aos que já não lhe conheceram o colo forte e seguro que os seus braços ofereciam. Sei que foi o pai que conseguiu ser. Não o que quis. Mas o que conseguiu... 
Sei que nos seus últimos tempos de vida, os arrependimentos e remorsos o martirizaram. Foi cedo demais. Foi cedo demais...
Sinto saudades tuas, caramba. Gostava de te poder dizer nos olhos que gosto muito de ti. Que está tudo bem. E que sempre desejei os teus abraços. Para me sentir protegida. Embora nunca te tivesse pedido. E tu nunca tivesses conseguido dar.
Mas está tudo bem. Está tudo bem, pai. Está mesmo... tudo bem... 

46...

46 Voltas ao Sol completadas. Quadragésima sexta vez que o circulo se fecha.

Dou-me conta hoje - precisamente hoje - que o meu dia de aniversário sempre foi por mim vivido de forma introspectiva. Raras foram as vezes em que me senti extasiada, feliz, doida de alegria, por ser o meu aniversário, muito pelo contrário, sempre me devotei ao recolhimento interior neste dia. Agora compreendo-o: estou a fazer o balanço. De mais um ano vivido. A apreciar-me. O que já Sou. O que já Alcancei. E o que ainda sinto em falta.

Neste circulo que hoje se completa... vejo-me. Menina. Mulher. Sem capas. Sem adornos. Sinto tudo cada vez melhor. O Bom e o Mau. Na pele. Porque as armaduras cada vez são mais finas. Mas couraças já não as quero... A Sombra está em mim. Mas presenteio-a com a Luz. Para melhor A ver. E A aceitar.

Carrego na pele a minha linhagem. Já reconheço as dores. No meu corpo, coração, Alma. Pedem para ser curadas. E assim será. Assim já é... 

Sou mulher madura. Mas olho-me. E vejo o sorriso de menina. É por ela que persigo a Felicidade. É por ela que não desisto de mim. É por ela que procuro a Cura. De tudo o que ainda está ferido. Que ainda dói. Anda está por perdoar. E aceitar.

Desnudo-me de todas as armadilhas que a mente me estende. Quero-me desperta. E consciente. 

Para que amanhã, quando o novo circulo se iniciar, a Cura esteja mais próxima. E a minha Essência mais liberta. Para simplesmente Estar. Simplesmente Ser. Plena...

Orgulho-me. Celebro-me. E Honro-me. Pelo Caminho já percorrido.  E por nele continuar.

Parabéns Menina-Mulher, parabéns...

EU SOU...

Não lhe conheço o nome. Lembra algo conhecido. Mas permanece um mistério para mim. Assim o escolhi. 

Não é fundamental saber o nome de todas as coisas, o porquê de tudo o que nos acontece, a razão de todos os acontecimentos com que a Vida nos brinda. Aliás, recomenda-se. Não saber tudo. Para que se mantenha indomável a vontade. De ir atrás. Saber tudo.

Já foi minha demanda dominar todas as esferas da minha Vida. Já quis - e fi-lo brilhantemente, às custas da minha Paz Interior e sanidade mental - dissecar relações amorosas, parentais, de amizade, comigo mesma... Dissequei e dissequei, até tudo ser estéril, vazio de emoções. Mas em verdade, era essa a intenção... Estar no vazio...

Hoje em dia esse impulso permanece comigo. Mas já não me domina. Dou-lhe alguma trela, mas apenas para o que é necessário no momento integrar e aceitar. Nada mais. É sempre naturalmente fácil fazê-lo? Nem por sombras. Mas em consciência desperta sei. Que é por aí também. O meu caminho. De Viver em Pleno a minha Essência. De assumir quem Sou. De reconhecer o meu Eu. De Reconhecer que ...

Eu Sou o Eu Sou.
Eu Sou. O Eu Sou. 
Eu Sou... O Eu Sou... 

IR DEVAGAR. MAS SEMPRE...

Ir. Com medo de te esbardalhares, de te espalhares ao comprido. Mas ir.

Devagar. Adiando vezes sem conta o início. Mas ir.

Respirando fundo para abafar a ansiedade. Duvidando de que sejas capaz. Duvidando. Mas ir.

Devagar. Se calhar só amanhã. Ou depois. Mas ir.

Para onde serás feliz. Para onde já és. Ir.

Apesar das dúvidas, dos medos, das ansiedades, do desconhecido. 

Ir. Devagar. Mas ir. Sempre... 

EM VERDADE

 

Eu hoje. Em 17.07.2021. Em recuperação do virus que a Humanidade doente fabricou. Com uma jornada de 4 meses de formação intensiva de desenvolvimento do meu Eu, do reconhecimento das minhas dores não cuidadas, do confronto com os meus bloqueios não tratados, a chegar ao fim. 

Em revolução interna - a máquina de lavar está com as rotações ao máximo e eu, de tão veloz que o tambor roda, até parece que estou parada. Mas tudo é caos cá dentro. Um verdadeiro caos...

Em Recolhimento. No silêncio. Percebendo que a dada altura do caminho, me perdi de mim. A querer voltar. Ainda não sabendo muito bem como. 

Em Consciência. De que Sou. De que me basto. Embora a maior parte das vezes olhe para o lado, o espelho está lá. Mostrando-me que Sou. E que Irei. Chegar onde quero.

Em Verdade. Querendo viver cada vez em Verdade. Respeitando a minha Essência. Respeitando quem Sou. Respeitando-me...

Em Espera. Por agora... A Vida é para se Viver, não para se ver passar. Ainda me falta enriquecer. De experiências vividas. De emoções sentidas. De corações tocados. Ainda me falta...

Eu hoje. Sentindo-me em pausa. Permitindo-me isso. As rotações do tambor estão ao rubro. Mas confiando. Na Vida. No Universo. E em mim. 

Está tudo certo. Tudo já é. E assim será...

SER LIVRE. SEMPRE.


A Isabel Saldanha, cujos textos adoro ler (quando for "grande" quero escrever tão bem como ela...) publicou algures na sua página do Instagram esta frase, de Charles Bukowski: "O problema sempre foi procurar alguém para envelhecer juntos, quando o verdadeiro segredo está em encontrar alguém, com quem possamos ser crianças para sempre."

E contigo posso. Somos. Em toda a nossa essência, sem filtros nem imagens polidas. Cumprimos o socialmente correcto, claro. Mas rimos-nos à desgarrada de piadas inventadas, deslumbramo-nos com o céu estrelado, sorrimos com o olhar um para o outro, partimos desprendidamente à aventura por caminhos desconhecidos, descobrimo-nos um ao outro. Sem pressa. Nem pudor. Apesar da "idade", da bagagem", sejam elas quais forem que a sociedade decidiu como ponto de viragem para a partir daí se calar a nossa criança interior.

Tenho de me lembrar por vezes que já vamos a caminho dos 50. É que esta leveza com que vivemos o dia a dia, o amor, a pele, aliena qualquer "normalidade" de comportamento que nos queiram imputar. Saimos da norma. Não encaixamos em caixa alguma...

E que delicioso que isso é. Caber em caixa alguma. Ser criança sempre. Ser livre. Contigo. Juntos. Para sempre...

PARTIDOS AMADOS


Conhecemo-nos partidos. Com cicatrizes, fissuras, feridas abertas. Conhecemos o inferno, as trevas, o fundo do poço. Já olhamos vezes demais de baixo para cima, vergados, desgastados, prontos a desistir.

Mas ainda não era a hora. Ainda não estava tudo vivido. Ainda não tinha acontecido. O nosso momento.

Erguemo-nos estoicos. Cada pedra no seu lugar. Fundações sólidas. Fortaleza no alto, majestosa, resplandecente. Alberga-nos. Protege-nos. Alimenta-nos. 

Nada mais nos importuna. Nada mais nos magoa. O Amor tudo ilumina. Tudo protege. O escudo é impenetrável. Os muros altos. O Amor transbordante.

Conhecemo-nos partidos. Naquele momento desconhecendo que quem tinhamos desejado uma vida inteira, estava finalmente à nossa frente. Hoje sabendo. Tendo essa certeza gravada no coração. Celebrando todas as cicatrizes, fissuras, feridas. Entretanto fechadas. 

Hoje sabendo. Que somos um do outro. Que vivemos o Amor de uma Vida. Que tudo isto é precioso, único e irrepetível. E que assim seja, não desejaria de outra forma. 

Apenas o nosso Amor. O que ele alberga. E albergará. 

Apenas Tu. Nós. A nossa Fortaleza. E basta...

LEMBRAR SEMPRE...


Olhar em frente. Não desesperar. Focar na Luz. Nas Raízes. No Ar. Respirar. Fundo. Saber que é só temporário. Que não vai apertar por muito tempo. Respirar novamente. Aconchegar junto ao peito o Amor. Deixar que ele me aqueça. Centrar. Cuidar do meu Lado Certo. Cuidar de quem guardo dentro do meu Lado Certo.
Rir. Gargalhar. Observar. Em redor. E reconhecer. Como sou afortunada. Por quem tenho. E me acompanha nestes trilhos. Da Vida. Do conhecimento. Do enriquecimento. 
Privilegiar sempre. O Amor. A Paz. A Serenidade. Aceitar também a escuridão. Como fazendo parte. Da Luz. 
Cuidar de mim. Amar-me. E ter sempre presente esta certeza: com o Amor... como guia... nunca nos perderemos... 

CHEGOU A HORA

Vidago, Torre do Relógio

A minha. De me mostrar. Sem medo. De assumir. A minha missão. De Ser. Em pleno.

Chegou a hora. De dar. De executar. Para o Bem. O que de melhor tenho. Com o que o Universo me agraciou. O que planeou para mim nesta Vida. E que aceitei. Chegou a hora agora. De cumprir. O acordo.

Antevejo os desafios. De passar a explicar (mais vezes...) que continuo a ser a mesma pessoa. Apenas passei a deixar mais transparente o brilho da minha Essência.

Calculo friamente os bloqueios que a serem feitos às energias vindas do obscurantismo, do desconhecimento, do incómodo que a Luz causa à escuridão.

Mas valerá a pena. Essa é a Certeza. Batendo bem forte. Que quero sempre como companhia. Do meu Lado Certo...