Para mim escrever é um ato tão intuitivo como imprescindível para a minha sanidade mental.
Serve muitas vezes de válvula de escape, outras tantas de organizador de ideias e emoções. Mas é sempre, sempre! um exercício de completa vulnerabilidade e dor.
Vulnerabilidade porque me exponho ao mundo. E a mim.
Dor porque quase sempre as palavras não saem, embora me pressionem para que eu as faça sair. Mas a muito custo. Saem sempre a muito custo.
No entanto, no dia seguinte volto a fazê-lo. E no dia a seguir, e no outro, e no outro...
Escrever é essencialmente um ato cerebral. Implica conectar-me com o que estou a sentir, implica conectar-me com o que outros estão a sentir, implica comprometer-me com o que quero transmitir e com o nível de ajuda que quero proporcionar.
E como preciso de pensar, e como isso muitas vezes me cansa, há dias em que não escrevo nada. Durante dias seguidos.
Nesses dias em que rejeito a minha pulsão cerebral de escrever dedico-me com afinco aos meus crafts, às minhas manualidades com papel. Para usar as mãos e desligar o cérebro. Preciso muitas vezes de desligar o cérebro. Preciso muitas vezes de não pensar.
Nestes ultimos dias tenho-me deliciado com manualidades. Tenho estupidificado com cortes e tesouras e colas e afins. O cérebro estava em stand-by. Que bom este descanso.
Mas as palavras continuam aqui, a pressionarem a saída. Têm de sair.
Posso estar longe, mas nunca fico por muito tempo.
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